sábado, 29 de novembro de 2014

FIZ QUARENTA ANOS, OLHEI PARA TRAZ E GOSTEI DO QUE VI.


Hoje, olho para frente muito mais animado. Conquistei várias coisas que não imaginava e agora vou conquistar as coisas que imagino. Tenho certeza de que vou conseguir.
Como o tempo passou! É difícil acreditar. Tentei não pensar no assunto, mas está lá, na minha carteira de identidade.
Aos quarenta, sei exatamente o que desejo, sem dúvidas ou angústias.
Não quero brigar com o mundo, apenas aproveitar o que de melhor ele tem a dar. Buscar o prazer nas pequenas coisas e fazer dos grandes acontecimentos, uma etapa conquistada e não o motivo para viver. Afinal, não vou basear a minha vida em fatos extraordinários, prefiro a calma da rotina.
Tenho consciência que aos 40 o meu fôlego para os esportes diminuiu; a recuperação de uma noite de farra leva mais de um dia; a disposição para o sexo não é mais a mesma; a paciência com as crianças acaba antes de começar; a música alta já não tem aquele efeito estimulante; os cabelos, que ainda estão na cabeça, começam a pratear; sair à noite já não tem a mesma graça; os mais jovens começam a me chamar de “senhor”.
Conquistei o meu espaço, sei que posso ter sucesso em tudo que realizar, pois faço com segurança, dedicação e amor.
As dúvidas comuns do meu dia a dia não passam de escolhas, que com a experiência que já conquistei, saberei resolver.
Hoje percebo que não adianta discutir... É perda de tempo! Mostrar meu ponto vista nem sempre é necessário. Ele é meu e eu o tenho. Eu vivo com ele, muitas vezes sem querer que os outros o aceitem. Cada um tem o seu momento de perceber o que é certo para si mesmo. Apenas exijo respeito.
Aos quarenta tenho o direito de exigir isso.
Não existe fórmula perfeita, nem segredo a ser desvendado. O truque não é a negação. A arte, creio eu, é aceitar a sua idade sem perder a paixão, sem deixar perder o sentido, não permitindo que o entusiasmo se vá, evitando que a vontade de realizar fique pelo caminho, não se esquecendo do sonho e dos ideais. É celebrar a vida, lutar o bom combate e entender que a felicidade é uma soma de experiências, e não a acumulação de coisas materiais. E que a idade é apenas o tempo passando. O que importa é como você se sente.
Não sei como será daqui para frente, mas isso não é uma preocupação. O que vier, da forma que vier, saberei tirar proveito. Afinal tenho quarenta!






quinta-feira, 11 de setembro de 2014

PARA ONDE VAI A EDUCAÇÃO?


Vivemos em um país onde os números falam mais alto que a percepção e bom senso do cidadão.
Onde o IDEB passou a ser prioridade de governos, uma busca enlouquecida pelas metas, desprezando o que realmente importa que é o futuro da nação.
Os idebs não provam nada quando são medidos de forma inadequada e irresponsável, por vezes, eivados de irregularidades.
A luta do sistema de ensino para aprovar o aluno a qualquer custo, mesmo que ele não esteja pronto para seguir adiante é notório. Então, ele é empurrado para frente para ajudar nos índices, metas e estatísticas governamentais. Isso engorda os cofres públicos e se traduz em prestígio perante a opinião pública e eventuais dividendos eleitorais.
O professor passou de transmissor de conhecimentos a cuidador de crianças, recebendo uma responsabilidade que não lhe pertence: a de educar. Nesse processo de formar cidadãos (porque a responsabilidade agora cai única e exclusivamente sobre o profissional da educação) exclui-se, quase que em sua totalidade, a participação familiar e política desse pré-cidadão.
Expõe-se crianças, pré-adolescentes, adolescentes e profissionais ao barbarismo de guerras travadas diariamente por um espaço na sociedade.
Esquece-se, porém, que uma nação necessita de muito mais do que isso para torna-se grande, desenvolvida, respeitada e harmônica.
A promoção cidadã é galgada diariamente com muito esforço, suor e educação de boa qualidade.
Educação em seu mais amplo sentido, e tal amplitude estacionou nas costas daqueles que se propõem a enfrentar uma guerra munidos apenas de um pouco mais de conhecimento e boas intenções. Carregados da frustração pela profissão que perdeu seu glamour ao longo do tempo e pela falta de valorização profissional que leva o professor a uma vida de privações e doenças.
Nesse contexto, todos se prejudicam: educandos e educadores, filhos e pais, cidadãos e o país.
A espera por uma sacudida no processo educacional fica cada vez mais utópica. O reflexo de tudo isso será percebido por gerações futuras, que concluirão que a atual geração foi fraca em não reagir.
O perigo é que as futuras gerações serão cuidadas e comandadas pela geração atual que desrespeita, agride, quase nada aprende e expõe-se, orgulhosamente, à regressão nas mídias.
Violência não é apenas socos, pontapés e agressões verbais; inclui-se nela também o descaso familiar e político para com uma geração que um dia comandará o país.
O nosso país.



sábado, 9 de agosto de 2014

O SINDICATO É APARTIDÁRIO, PORÉM NÃO PODE E NÃO DEVE SER APOLÍTICO.



Estamos vivenciando mais um ano eleitoral. É tempo de ficar esperto, observar as propostas dos candidatos e conhecer a vida pregressa deles.
O voto consciente é de suma importância para o progresso do país e cada um de nós carrega na consciência a responsabilidade de escolher bem os nossos representantes.
A soma das escolhas da maioria elege os governantes, assim prima a democracia.
Com a aproximação do período eleitoral muito vamos ouvir falar em voto consciente e eleitor consciente.
Mas o que realmente é esta consciência eleitoral?
Como sabemos a maioria das pessoas nada ou pouco se interessa por política e nem se preocupa em acompanhar os jogos que se formam em busca do poder. Quase sempre esses jogos ou “acordos” são feitos nos subterrâneos da política, por detrás das cortinas dos interesses escusos ou na penumbra da impunidade.
Pesquisas revelam a vergonha nacional: “Brasil paraíso da corrupção”. A pior revelação: 75% dos brasileiros toleram a corrupção e admitem que seriam capazes de cometer irregularidades em cargos públicos.
“Eleitor - vítima ou cúmplice?”
O interesse por política aparece somente na época de eleição, até porque na nossa democracia o cidadão é obrigado a votar, um contrassenso, já que democracia significa liberdade. O voto obrigatório é uma violência ao princípio democrático. O voto deve ser facultativo, cabendo aos principais interessados (os políticos) darem um jeito de conquistar o eleitorado para atraí-lo até a urna eleitoral.
O fato é que poucos participam ativamente do processo eleitoral. Basta verificarmos que apenas cerca de 10% dos eleitores são filiados a algum partido político.
Eleitor consciente é aquele que compreende que apesar das escandalosas denúncias de corrupção que vivemos, a política é um relevante instrumento do desenvolvimento de toda sociedade. Eleitor consciente analisa as propostas, procura conhecer a história dos candidatos e do partido a que ele pertence, acompanha os debates, participa de organizações sociais ou comunitárias em sua cidade, e procura participar de reuniões e debates políticos como as constantes audiências públicas que veem ocorrendo na sociedade.
Os eleitores conscientes entendem a importância do voto para a construção da cidadania, e que a política - e os políticos, por vezes, mesmo não fazendo por merecer o seu voto, tem a consciência cidadão  que implica em participar ativamente sempre repensando atitudes, e se necessário alternando pessoas e partidos no poder.
A confiança é condição primeira em qualquer relacionamento, em especial ao que se refere à de representatividade política. Embora os partidos políticos deixem a desejar quanto a sua responsabilidade na hora da na seleção de membros - que está longe de ser rigorosa, chegando mesmo em alguns momentos, divergir da ética da sociedade e beirar ao deboche - o eleitor deve selecionar pessoas confiáveis e com credibilidade para ocuparem os cargos públicos.
A posição das agremiações partidárias em se omitir ao excluir de suas listas candidatos que possuam uma vida pregressa incompatível com as funções públicas e que deixam de punir os praticantes de atos duvidosos deve ser combatida pelo eleitor consciente de forma a deixar estes agentes no ostracismo, como já pode ser observado em eleições passadas, esquecidos no limbo político.
A lei da ficha-limpa veio como um “suspiro”, um alento de esperança para separar o joio do trigo na política nacional. Extirpando os maus políticos e condenando-os ao esquecimento. A maior de todas as punições para uma pessoa pública. Mas a lei por si só não resolve essa crise crônica de valores em que vive a sociedade brasileira, o povo deve compreender que a sua vida está nas mãos dos políticos, que decidem os rumos que serão seguidos. As leis, as regras, as taxas, os preços, a infraestrutura, os sistemas de saúde, educação e segurança, as relações políticas e administrativas, enfim, quase tudo é fruto de decisões políticas.
O candidato a cargos eletivos que for conhecido pela sua falta de decência, por atos duvidosos em relação à ética e ao bem comum, deve ficar de fora do cenário político, a fim de realizarmos uma purificação gradual no meio.
O eleitor através do exercício maior da sua cidadania que é o seu direito ao VOTO deveria afastar de qualquer atividade política aqueles que acabam chamando mais atenção pela falta de compostura com que agem, do que pelo exemplo com que tratam do bem público.Honestidade não é proposta de governo e sim deve ser  o mínimo que se deve esperar e que devemos cobrar de qualquer um, seja político ou não.
Devemos ter a consciência de que o voto além de ser um dever cívico, é o melhor meio de projetar um futuro melhor. Um cidadão consciente e bem informado, um eleitor atuante que sabe o valor do seu voto, PODE e DEVE influenciar positivamente as pessoas à sua volta.
O sindicato tem obrigação de servir de palco para esta reflexão, “jogo aberto”, sincero, “cara a cara” com os sindicalizados. Afinal, o sindicato é apartidário, ou seja, não tem ligação a nenhum partido político, porém o sindicato não pode e não deve ser apolítico. Muito pelo contrário, deve agir com autonomia frente aos partidos políticos.
Assim, defendemos a independência dos sindicatos em relação ao governo, aos patrões e ao Estado. Isto é, não pode haver qualquer relação política, financeira ou organizativa com as entidades patronais e seus governos. Os sindicatos não devem receber quaisquer recursos financeiros vindos do Estado ou de empresários e deve proibir seus dirigentes de ocupar cargos de confiança em qualquer instância governamental.
Os sindicatos devem ser autônomos em relação aos partidos. Isto é, as decisões dos sindicatos devem ser soberanas, mas devem permitir que seus membros participem de partidos políticos e vice-versa. Mas os sindicatos não podem ser apolíticos, é sua obrigação se posicionar sobre os acontecimentos políticos na sociedade e receber, em suas instâncias, todos os trabalhadores filiados, ou não, a partidos políticos.
Os sindicatos são instrumentos da classe operária, criados para defender seus interesses. São organizações de massa dos trabalhadores. Deles participam todos que querem lutar pelos seus direitos, sem diferenciações ideológicas, de raça, religiosas, de orientação sexual, etc.
A concepção de luta sindical puramente econômica leva as amplas massas trabalhadoras a um beco sem saída, pois nunca ultrapassarão o sistema capitalista e viverão sob a exploração perpétua. Por isso, a luta política também deve ser travada nos sindicatos e neste caso os partidos, que são uma parte dos trabalhadores, têm um papel importante de politização dessa luta. Neste sentido, a participação de militantes partidários nas assembleias e nas diretorias dos sindicatos é fundamental para que possam apresentar suas posições políticas e sejam apreciadas de forma autônoma pela categoria.

Está entrando em campo e literalmente em jogo o voto responsável!