quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Chefe ruim pode adoecer os funcionários

Por Ana Colombia
O médico, escritor e Influencer Travis Bradberry publicou um artigo aqui no LinkedIn que aponta que um chefe ruim pode fazer tão mal para a saúde dos funcionários quanto fumar passivamente. E o pior, quanto mais tempo uma pessoa passar trabalhando para alguém que a deixa infeliz, maiores serão os danos para sua saúde mental e física.
Dados da Associação de Psicologia dos Estados Unidos, publicados no artigo da revista Quartz revelam que 75% dos trabalhadores americanos consideram seus chefes a maior razão de estresse no trabalho. Contudo, 59% dessas pessoas não largariam o emprego, mesmo infelizes.
Os dados mostram que as pessoas arrumam uma maneira de se conformar com seus empregos, e isso faz com que a decisão de pedir demissão e sair em busca por um ambiente de trabalho mais saudável seja ainda mais postergada.
Faz mais mal que cigarro
Muito impressionante também em relação a este assunto são as descobertas de pesquisadores da Harvard Business School e da Universidade de Stanford, ambas nos Estados Unidos.
Os pesquisadores reuniram dados provenientes de mais de 200 estudos, e chegaram a conclusão que estresses simples e cotidianos no trabalho podem fazer tão mal a saúde como a exposição a quantidades consideráveis de fumaça do cigarro de outras pessoas.
A razão número 1 causadora de estresse no trabalho, o medo de ser mandado embora, pode aumentar em até 50% os riscos de problemas de saúde. Já um cargo que exige do funcionário mais do que ela/ele pode oferecer aumenta em 35% o risco para a saúde.
O que fazer
Em muitos casos, os problemas com os superiores podem ser meramente caso de afinidade. Existem, contudo, muitos chefes realmente ruins por aí. Mas como saber em qual situação você se encaixa?
Chefes ruins são geralmente verbalmente agressivos, narcisistas e podem até se tornar violentos. Frases típicas dos chefes ruins são: “Aqui nada funciona se eu não estiver por perto!”, “Nós sempre fizemos assim!” ou “Agradeça que você tem um emprego.”
Claro que não é fácil para ninguém largar o emprego e começar tudo de novo, mas a motivação para trabalhar de quem se encontra em uma situação dessas desaparece totalmente. Existem, contudo, algumas dicas para sobreviver essa fase de crise profissional:
1.Faça uma lista de tarefas e objetivos para o seu dia de trabalho. Cada vez que completar algum item da lista, risque-os da lista. A sensação de ter conseguido realizar alguma coisa, mesmo em um ambiente hostil, vai te ajudar a seguir em frente.
2.Desligue-se nos finais de semana. Não cheque emails, nem mensagens do trabalho. Passar um tempo sem pensar no trabalho pode te ajudar a recarregar as baterias.
TEXTO ORIGINAL DE LINKEDIN
*O conteúdo do texto acima é de responsabilidade do autor e não necessariamente retrata a opinião da página e seus editores.

Os professores que ganham menos e que trabalham mais

Saiu recentemente uma pesquisa internacional mostrando que o professor no Brasil ganha menos e trabalha mais do que em outros países. O resultado disso são professores desmotivados com a profissão e o reflexo são alunos que acabam abandonando a escola cedo demais.
Quem fica na profissão, muitas vezes é levado a trabalhar dobrado para complementar a renda e essa jornada maior pode desencadear uma série de doenças físicas e psicossomáticas, motivo do alto índice de afastamento do professor da sala de aula.
No Brasil, os professores além de enfrentar salas de aulas cheias, falta de condições de trabalho, violência nas escolas, ganham mal. Menos da metade da média salarial paga aos professores de 46 países. Foi o que mostrou um estudo divulgado pela OCDE, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
Para fazer uma comparação entre os salários dos professores da rede pública de outros países, os valores foram convertidos para o dólar. A média entre os professores da educação básica, no Brasil, é de US$ 12.337 por ano. Nos outros países, US$ 28.700.
O piso salarial nacional do professor está em R$ 2.299. De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, mais de dez estados não pagam nem o piso.
Constatou-se que os docentes brasileiros ganham menos, mas estão entre os que mais trabalham. Nos países pesquisados, o professor passa, em média, 40 semanas em sala de aula por ano. Isso inclui o tempo que eles levam para preparar as aulas e corrigir as provas. No Brasil, são duas semanas a mais de trabalho.
A desvalorização do professor é um problema histórico no país e que isso, além de afastar muitos professores da profissão, também exige que alguns tenham mais de um emprego, com prejuízo para eles e para os alunos.
Esse professor sai de uma escola, onde ele trabalha pela manhã, corre para uma outra escola para trabalhar à tarde e, às vezes, corre para uma outra escola para trabalhar à noite.
A qualidade do trabalho desse professor, sem dúvida alguma, não vai ser boa porque, do ponto de vista físico, mesmo intelectual e mental, ele já está esgotado.
Outro problema revelado pela pesquisa é o afastamento dos jovens da escola. No Brasil, 75% dos que têm entre 20 e 24 anos, não estão na escola.
Toda essa tragédia educacional tem solução com a ampliação dos investimentos governamentais em infraestrutura e valorização dos profissionais da educação.
Da parte do professor é fundamental se envolver nas discussões acerca dos direitos previstos em lei e na luta pela ampliação desses direitos.
Uma discussão que acontece simultaneamente em vários municípios do país é sobre o pagamento do piso salarial do magistério e a jornada d e trabalho do professor. Pois bem, a Lei Federal nº. 11.738/2008 estabelece Piso e Jornada. Muitos sindicatos lutaram pela implantação do Piso e a jornada ficou meio esquecida. Em termos gerais a referida lei estabelece que o piso é para 40 horas semanais, com 1/3 da jornada destinada para atividades extra classe.
Para os professores dos anos finais do Ensino Fundamental (do 6º ao 9º ano) essa situação está resolvida na maioria dos municípios, pois a jornada de 200 horas aula mensais (40 horas semanais) fica com 26 horas aula de regência semanalmente. E se for 150 de jornada mensal (30 horas semanais) 20 horas aula de regência por semana. Dessa forma se cumpre a determinação da Lei 11.738/2008.
A situação fica crítica em relação aos professores da Educação Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, então vejamos: Os planos de carreira, em sua grande maioria,  estabelecem que a hora aula é de 50 minutos durante o dia e a noite é de 40 minutos, independente em que etapa da educação básica que este professor atue.
Considerando que este professor trabalhe 4 horas por dia e 5 dias por semana, então: 4 horas por dia é igual a 240 minutos. Os 240 minutos é igual a 5 horas aula por dia; 5 horas aula por dia é igual a 25 horas aula por semana. As 25 horas aulas por semana é igual a 125 horas aula por mês. (A lei estabelece que se deve multiplicar por 5 para estabelecer a jornada mensal). Então conclui-se 125 horas aula que o professor atua em regência é igual a 2/3 da jornada 1/3 dessa jornada é igual a 62,5, então 125 mais 62,5 a 187,5 (aqui arredonda-se para 188 por se tratar de salário).
A jornada para o professor da Educação Infantil e dos Anos iniciais do Ensino Fundamental é de no mínimo 188 horas aula, no caso do professor trabalhar em regência de sala os cinco dias da semana.
Se as Secretarias de Educação quiserem manter a jornada em 150 horas aula, o professor regente deverá trabalhar 4 horas por dia em 4 dias, sendo um dia por semana destinado a aulas-atividades.
Caso prefira que o professor trabalhe de segunda a sexta-feira deverá ampliar a carga horária para 188 horas aulas e consequentemente reajustar o valor do piso salarial pago a este profissional.
Em vários municípios os gestores já optaram pela ampliação da carga horária com reajuste salarial proporcional à nova carga horária. Naqueles municípios que ainda não fizeram esta opção, os próprios docentes, através dos seus sindicatos poderão cobrar as mudanças, ou se reduz para quatro dias trabalhados por semana ou se paga o novo piso salarial de 188 horas aula. Assim, se cumpre a lei e se valoriza o professor.