Vivemos em um país onde os números falam mais alto que a percepção
e bom senso do cidadão.
Onde o IDEB passou a ser prioridade de governos, uma busca
enlouquecida pelas metas, desprezando o que realmente importa que é o futuro da
nação.
Os idebs não provam nada quando são medidos de forma inadequada e
irresponsável, por vezes, eivados de irregularidades.
A luta do sistema de ensino para aprovar o aluno a qualquer custo,
mesmo que ele não esteja pronto para seguir adiante é notório. Então, ele é empurrado para
frente para ajudar nos índices, metas e estatísticas governamentais. Isso engorda os cofres públicos e se traduz em prestígio perante a opinião pública e eventuais dividendos eleitorais.
O professor passou de transmissor de conhecimentos a cuidador de
crianças, recebendo uma responsabilidade que não lhe pertence: a de educar.
Nesse processo de formar cidadãos (porque a responsabilidade agora cai única e
exclusivamente sobre o profissional da educação) exclui-se, quase que em sua
totalidade, a participação familiar e política desse pré-cidadão.
Expõe-se crianças, pré-adolescentes, adolescentes e profissionais
ao barbarismo de guerras travadas diariamente por um espaço na sociedade.
Esquece-se, porém, que uma nação necessita de muito mais do que
isso para torna-se grande, desenvolvida, respeitada e harmônica.
A promoção cidadã é galgada diariamente com muito esforço, suor e
educação de boa qualidade.
Educação em seu mais amplo sentido, e tal amplitude estacionou nas
costas daqueles que se propõem a enfrentar uma guerra munidos apenas de um
pouco mais de conhecimento e boas intenções. Carregados da frustração pela
profissão que perdeu seu glamour ao longo do tempo e pela falta de valorização
profissional que leva o professor a uma vida de privações e doenças.
Nesse contexto, todos se prejudicam: educandos e educadores, filhos
e pais, cidadãos e o país.
A espera por uma sacudida no processo educacional fica cada vez
mais utópica. O reflexo de tudo isso será percebido por gerações futuras, que
concluirão que a atual geração foi fraca em não reagir.
O perigo é que as futuras gerações serão cuidadas e comandadas
pela geração atual que desrespeita, agride, quase nada aprende e expõe-se,
orgulhosamente, à regressão nas mídias.
Violência não é apenas socos, pontapés e agressões verbais;
inclui-se nela também o descaso familiar e político para com uma geração que um
dia comandará o país.
O nosso país.
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